terça-feira, 31 de agosto de 2010

Insana Lucidez.

"... E lá foram eles como dois animais, enroscar-se com os corpos quentes, onde como testemunhas apenas se encontravam a lua e a mata virgem em seus arredores.

Tudo se passou num ambiente inusitado, e mais inusitado ainda, era o local que escolheram para a realização do fim almeijado.

Naquela noite, a paixão e o tesão tomaram de conta da situação. Labaredas de fogo saíam. Os corpos minavam suor. As peles morenas contactavam-se num movimento de atrito e as nuvens de um céu acinzentado continuavam a admirar o espetáculo que se apresentava.

Ele encontrava-se tenso, com mãos e pés gelados, apenas a ouvir ruídos de máquinas que na pista passavam e o sussurro de sua amante a transformar tudo aquilo em prazer, ao passo que ela na mais deliciosa euforia estava aquém do que pudesse acontecer naquela situação outrora vivida.

Insanidade? Loucura? Paixão? O que se pode dizer é que o momento vivido jamais poderá ser apagado mesmo que se vivam mil anos, pois o estado de latência se aflorou e o universo conspirou a favor... E o que fica na mente após um ato de prazer, são as lembranças de se terem passado minutos que valem a pena ser recordados.

Em seguida, ele volta para casa na sua mais perfeita INSANA LUCIDEZ e passa a refletir sobre tudo que acabara de fazer e quais as consequencias que aquilo poderia acarretar tanto em sua vida como na de sua amante, mais com a certeza de que valeu a pena correr todos os riscos que a ação empreendeu."

I. S. Machado


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